ColunistasTatiane Silva

Mudanças constantes no algoritmo no Facebook: como lidar com isso nas estratégias do seu negócio

"...o Facebook quer forçar empresas a investir mais em mídia paga, afinal, trata-se de um veículo..."

Se você utiliza o Facebook como ferramenta de divulgação e relacionamento com o cliente da sua marca, provavelmente você faz parte do grupo de profissionais que vem lutando contra os criteriosos algoritmos dessa mídia social. Desde que Zuckerberg colocou a plataforma no ar, houve inúmeras mudanças na forma como as atualizações dos nossos amigos e das páginas que seguimos é mostrada em nosso feed. Existe inúmeros fatores a serem considerados que interferem no que é mostrado para os usuários, como relevância e geolocalização.

Se bem lá no início recebíamos 100% das postagens de nossa rede, agora contamos com um filtro, baseado em nosso comportamento, que limita quase tudo que consumimos. Para se ter uma ideia, ainda em 2012, era possível que as páginas públicas atingissem, organicamente, cerca de 16% de sua base de seguidores, hoje esse número varia entre 1 a 4%. Até o desempenho dos anúncios, pelo que tenho percebido, vem sofrendo mudanças. E isso não vai parar!

Mark Zuckerberg anunciou no início do ano uma significativa mudança na forma de organização do feed de notícias da plataforma: aos poucos, o algoritmo passará a privilegiar a exibição de postagens de familiares, amigos e grupos em detrimento das postagens feitas por produtores de conteúdo, como as páginas de negócios, por exemplo.

Você pode entender melhor todas essas mudanças acessando esse link, mas, em suma, isso significa que passaremos a ver mais postagens orgânicas de pessoas do que de marcas ou, ainda, mais publicações que incentivem o diálogo (como aquelas que levam um amigo a marcar outros amigos e permitem, assim, que as pessoas possam conversar ali, nos próprios espaços para comentários).

A princípio, essa mudança pode nos levar à conclusão mais óbvia: o Facebook quer forçar empresas a investir mais em mídia paga, afinal, trata-se de um veículo e, assim como uma TV, Rádio ou qualquer coisa semelhante, nada mais justo do que encontrar maneiras de monetizar mais. Isso é um ponto e talvez seja o mais importante, mas existem outras premissas sobre essas mudanças que precisam ser consideradas.

Entenda: redes sociais são mais importantes do que quaisquer plataformas

Nunca se esqueça de que o Facebook é uma mídia. O conceito de redes sociais vai além disso, trata-se de conexões entre pessoas, que poderiam se estabelecer em qualquer lugar. Quando o algoritmo passa a mostrar mais publicações de amigos e grupos, ele também privilegia a formação e manutenção dessas redes sociais, que acontecem através das interações, das marcações, da vida compartilhada, das ideias trocadas e das discussões estabelecidas.

Entender essa lógica é um passo importantíssimo para qualquer estratégia que envolva um negócio e uma mídia social. Afinal, o principal motivo das marcas estarem nas plataformas sociais são as pessoas, mas dificilmente as pessoas estão nessas plataformas exclusivamente pelas marcas.

Não dependa apenas das redes sociais

Não há problema nenhum em utilizar as mídias sociais como ferramenta de negócios e relacionamento com clientes. Mas eu acredito que seja arriscado transformá-las na principal ponte entre a sua marca e a sua audiência, se você as utiliza apenas de maneira orgânica. O motivo é bem simples e se justifica com esse post:  você fica refém das formas das decisões dessas plataformas.

É como pegar emprestado uma sala vazia para atender fisicamente um grupo de pessoas. Você pode até transformar esse espaço em algo que pareça realmente seu e fazer com que as pessoas te procurem ali por esse motivo e até atrair novos clientes, mas, se em algum dia o dono espaço resolver interferir na forma como as pessoas chegam até você ou, simplesmente, reaver o espaço.
Essa é apenas uma analogia para o que vem acontecendo com o Facebook e outras mídias sociais.

Vejam bem, não há problema em utilizá-las, mas eu acredito que essas plataformas, enquanto mídias orgânicas, devem funcionar apenas como ferramentas auxiliares.

Se você quer resultados, tente investir

Assim como na TV, no rádio ou em qualquer mídia paga, anunciar no Facebook pode ser uma boa estratégia para o seu negócio, principalmente considerando o custo. Mas não se esqueça, o dinheiro investido não é garantia de sucesso, sempre alie isso à produção de conteúdo de qualidade e que gere valor em sua audiência.

Tatiane Silva é Publicitária, Community Manager e escritora de gaveta nas horas vagas. Há cinco anos vem se dedicando ao mundo das mídias sociais e adora escrever sobre marcas, marketing digital e tecnologia, sempre de um ponto de vista humanizado.

 


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