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Mercado de hackers que sequestram contas nas redes sociais cresce descaradamente

Fotos, vídeos, localização de casa ou até mesmo do trabalho. Até que ponto compartilhar informações pessoas é seguro?

Rafael Narezzi, especialista em cibersegurança, explica como esses ataques acontecem e como reduzir os riscos nas páginas de relacionamento

Fotos, vídeos, localização de casa ou até mesmo do trabalho. Até que ponto compartilhar informações pessoas é seguro? Essa é uma das questões mais abordadas sobre segurança nas redes sociais e que, sem dúvida, merece atenção. No entanto, o problema da segurança digital nessas páginas vem ganhando uma proporção ainda maior, já que reúne bilhões de pessoas em todo o mundo. Hackers criminosos passaram a oferecer serviço de sequestro de contas a pessoas comuns, criminosos e até empresas.

A oferta não se limita mais à dark web. Basta navegar um pouquinho que será fácil achar algum hacker disposto a sequestrar algum perfil de usuário. Rafael Narezzi, que é especialista em cibersegurança na 4CyberSec, conta que já recebeu esse tipo de oferta nas redes sociais. A mais recente foi no LinkedIn, quando um hacker lhe propôs o serviço de espionagem.

“Abordagens como essa estão se tornando cada vez mais comum. E se existe oferta é porque há muita procura”, explica Narezzi, que trabalha como consultor de segurança digital em empresas do Brasil e de Londres.

Os riscos dos usuários são muitos e a facilidade com que esses hackers têm acesso a uma conta é extremamente fácil. É comum os usuários acessarem as redes sociais de locais com rede compartilhada, como o shopping center ou até mesmo um singelo café, acreditando estar em uma conexão segura. Mas não se engane! Com isso, as senhas das redes de relacionamento podem ser facilmente expostas e hackeada.

Como se não bastasse, o pesadelo não consiste em apenas reaver essa conta ou em ser monitorado 24 horas, mas também em ter seu nome e sua imagem envolvidos em situações também criminosas. Com esse usuário sequestrado, hackers também podem interagir com seus amigos ou até mesmo com seus clientes, promovendo uma espécie de marketing malicioso.

O especialista dá outros exemplos de riscos: “Vamos dizer que você tem um canal com muitos seguidores. Ao sequestra-lo, esse hacker criminoso pode enviar links maliciosos para todos de sua rede, fazendo que o ataque seja muito bem executado simplesmente pelo fato de a sua rede acreditar que você é você e, por isso, não faria algo de mal para os seus usuários. Esse ataque pode conter desde um Ransomware até mesmo um malware para ter controle de seu computador”.

Rafael alerta que, no caso de empresas, existe hoje uma grande preocupação de marketing nas redes sociais, porém não há uma preocupação se um funcionário fará esse acesso de maneira mais segura possível. E isso piora quando há um grande número de colaboradores com acesso a essas contas.

“Tudo evoluiu. Agora as redes sociais são uma das milhares de ferramentas usadas por hackers. E quando falamos em redes sociais, também estamos nos referindo ao Google Adwords. Como qualquer outra empresa que usa a ferramenta para vender e promover sua marca, o objetivo desses criminosos é infectar para conseguir extorquir o usuário”, ressalta Narezzi.

Veja como reduzir seus riscos de sequestros e ataques nas Redes Sociais:

– Troque suas senhas periodicamente;

– Tenha sempre 2f ou 3f, a autenticação dupla ou tripla, através de SMS ou aplicativos do Google e outros. As próprias redes socias oferecem essa possibilidade em suas configurações. Isso pode reduzir bastante o vetor de ataque;

– Evite acessar essas redes usando computadores ou redes públicas;

– Procure não postar a localização de lugares que fazem parte da sua rotina;

– Evite postar fotos e vídeos que revelem detalhes sobre sua vida ou sua empresa;

– Para empresas, conte com a ajuda de um consultor em cibersegurança para orientar seus colaboradores sobre práticas seguras de marketing digital.

– Não use seu nome completo. Aposte em abreviações ou apelidos em casos de contas pessoais;

– Não clique em todos os links e promoções que recebe. Isso pode ser um ataque;

– Em caso de práticas suspeitas, entre em contato com a 4CyberSec. Eles irão orientá-lo da melhor forma possível!

Sobre Rafael Narezzi

Rafael Narezzi é especialista em cibersegurança da 4CyberSec e organizador do Cyber Security Summit Brasil. Com mais de 20 anos de experiência no ramo, atua especialmente com o setor financeiro, no qual a segurança dos dados é primordial. O brasileiro naturalizado britânico é mestre em computação forense, cibersegurança e contra-terrorismo pela Northumbria University do Reino Unido. Rafael também participou do livro “Golpes e Fraudes, Previna-se Contra Estelionatários”, de Leonel Baldasso Pires, com um capítulo sobre crimes no mundo virtual. Hoje o especialista atua como CTO. Mais informações (www.4cybersec.com).

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