Saúde

A estação mais fria do ano está próxima: fuja de 4 problemas da pele no inverno!

No inverno é normal tomarmos banhos quentes e mais demorados, bebermos poucos líquidos, dentre outros hábitos que a estação mais fria do ano traz. Por isso os cuidados com a pele no inverno devem ser redobrados.

Para evitar a penetração de fungos, vírus, bactérias e a poluição, nossa pele possui uma camada protetora com oleosidade natural. Acontece que no inverno, as células do manto hidrolipídico (uma das camadas de proteção da pele) são menos ativadas devido à baixa temperatura e menor sudorese (suor). Juntamente com os banhos quentes e pouca ingestão de líquidos, a pele acaba ficando menos hidratada o que aumenta as chances de contaminação, irritações e doenças.

No inverno é comum o surgimento de doenças de pele, citadas abaixo:

Dermatite atópica – A Dermatite Atópica – também conhecida como Eczema Atópico – é uma doença crônica, que causa inflamação da pele, levando ao aparecimento de lesões e coceira. A Dermatite Atópica afeta, em geral, indivíduos com história pessoal ou familiar de Asma, Rinite Alérgica ou Dermatite Atópica. A causa exata da doença ainda é desconhecida. Não é uma doença contagiosa, é de origem hereditária. A Dermatite Atópica é bastante comum e afeta de 10 a 15% da população, em alguma época da vida. Geralmente aparece no primeiro ano de vida. A partir daí o quadro pode se tornar crônico, com períodos de melhora e piora. A evolução da doença é favorável na maioria dos casos, sendo que aproximadamente 60% das crianças, apresentam diminuição ou desaparecimento completo das lesões na adolescência.

Alguns fatores desencadeantes da Dermatite Atópica são: pele seca, poeira, produtos de limpeza em geral, roupas de tecido sintético, frio e/ou calor intensos, infecções e estresse emocional. No tratamento, a hidratação da pele é muito importante, devendo-se evitar sabonetes quimicamente agressivos, buchas e banhos quentes. Logo após o banho, com a pele ainda úmida, devem ser usados hidratantes para evitar o ressecamento. As lesões são tratadas com o uso de cremes e pomadas à base de corticosteroides ou outras substâncias que ajudam no combate à inflamação. Em caso de infecção secundária, devem ser usados antibióticos. Medicações antialérgicas ajudam a diminuir e controlar a coceira. Casos mais graves podem necessitar de medicações mais potentes, via oral, para o seu controle. O tratamento da Dermatite Atópica depende de cada caso e deve ser conduzido por um médico dermatologista.

Micoses –  No frio cobrimos pés e mãos com meias e luvas. Ambientes fechados, úmidos e quentes para garantir aquecimento são ambientes propícios para o surgimento das micoses. As micoses superficiais da pele, em alguns casos chamadas de tineas, são infecções causadas por fungos que atingem a pele, as unhas e os cabelos. Os fungos estão em toda parte e podem ser encontrados no solo e em animais. Até mesmo na nossa pele existem fungos, que convivem conosco sem causar doenças. A queratina – substância encontrada na superfície cutânea, unhas e cabelos – é o “alimento” para estes fungos. Quando encontram condições favoráveis ao seu crescimento, como: calor, umidade, baixa imunidade ou uso de antibióticos sistêmicos por longo prazo (que alteram o equilíbrio da pele), estes fungos se reproduzem e passam então a causar a doença.

A prevenção se faz através de hábitos simples como: enxugar bem as áreas de dobras e entre os dedos dos pés, não andar descalço em pisos constantemente úmidos (lavapés, vestiários, saunas) e usar somente o seu material de manicure. O tratamento é feito com medicações tópicas e/ou orais e deve ser sempre orientado por um dermatologista.

Dermatite seborreica – A Dermatite Seborreica – também conhecida pelos nomes de seborréia ou caspa – é uma afecção crônica que se manifesta em partes do corpo onde existe maior produção de óleo pelas glândulas sebáceas. Ela se manifesta sob a forma de lesões avermelhadas que descamam e coçam, principalmente no couro cabeludo, sobrancelhas, barba, perto do nariz, atrás e dentro das orelhas e no peito. A Dermatite Seborreica não é contagiosa.

As causas da Dermatite Seborreica não são conhecidas. Sabe-se que alterações hormonais, estresse, clima seco, frio e mudanças bruscas de temperatura agravam o quadro.A descamação e coceira podem ser mais ou menos intensas. No couro cabeludo, essa descamação pode se soltar e cair em pequenos fragmentos, dando origem ao que popularmente se chama de caspa. Não existe tratamento para a cura definitiva da Dermatite Seborreica, mas existem medicamentos específicos para a pele e o couro cabeludo capazes de controlar os sintomas como xampus, loções e cremes de uso tópico.



Psoríase –  É uma doença inflamatória que atinge aproximadamente 2% da população. Não se trata de uma doença contagiosa. Tem períodos de melhora e piora, sendo caracterizada por placas vermelhas com descamação, que podem aparecer em qualquer parte da pele, principalmente no couro cabeludo, cotovelos, joelhos e costas. Em alguns casos podem comprometer as unhas e as articulações (artrite psoriásica). A psoríase pode se manifestar em qualquer época da vida sendo mais frequente entre 30 e 40 anos de idade afetando igualmente homens e mulheres.

A causa da psoríase é desconhecida, existe uma predisposição genética e alguns fatores ambientais que podem agravá-la. São eles: trauma na pele, alguns medicamentos (corticosteroides por via oral ou injetável, betabloqueadores, lítio e anti-inflamatórios não hormonais, entre outros), álcool, infecções (principalmente de garganta) e fatores emocionais. Existem diversas formas de tratamento: produtos de uso local, banho de luz ultravioleta (fototerapia) e medicamentos orais e injetáveis. O tratamento é individualizado, dependendo do tipo e extensão das lesões e das características de cada pessoa.

Nenhum dos métodos de tratamento garante a cura definitiva, mas é possível manter o controle adequado da doença. Recomenda-se ao portador de psoríase manter uma postura otimista e tentar conviver o melhor possível com o problema já que na maioria dos casos isto ajuda no controle da doença.

Para prevenir que a pele fique desidratada e suscetível à doenças, vale apostar em hidratantes corporais à base de ureia, óleos vegetais e antioxidantes. Não tomoar banhos demorados, e ao invés de quentes, mornos. Usar um sabonete com ph baixo. Ingerir líquido, manter uma dieta saudável. Não abrir mão do filtro solar, mesmo em dias nublados e se estiver com preguiça ou frio, opte pelos hidratantes que se usa debaixo do chuveiro, aproveitando o vapor d’água que ajuda na penetração dos ativos. Para os lábios não ressecarem, use manteiga de cacau e outros produtos umectantes disponíveis no mercado. Evite usar esponjas grossas, fazer esfoliações no corpo e rosto 1 vez ao mês para não remover ainda mais a camada protetora da pele. E tenha sempre toalhas macias para se secar.


A Dra. Anelise Ghideti  (CRM 109.432), da AE Skin Center, é dermatologista formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo; Membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e Médica colaboradora no Ambulatório de Doenças das Unhas no Departamento de Dermatologia do Hospital das Clínicas da FMUSP.

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