A Caixa Econômica Federal conta agora com 3 opções para você financiar o seu imóvel
Resumidamente, os três produtos têm finalidades diferentes. Pelos índices atuais, em contratos com sistema de amortização SAC, o valor da prestação que utiliza a TR como indexador, diminui com o passar do tempo, enquanto nos contratos que usam o IPCA, o valor da prestação aumenta porque sofre a mesma correção do IPCA aplicada ao saldo. A novidade lançada nessa última quinta feira é de o consumidor poder contar uma prestação fixa do começo ao fim do financiamento. Nesse caso, as taxas de juros são maiores, mas o risco das mudanças econômicas pela vigência do contrato é todo do banco. É sobre essa última linha de crédito que vou te explicar agora.
Quais são os juros?
A opção de crédito imobiliário com juro prefixado e prestação fixa conta com taxas entre 8% e 9,75% ao ano. Nessa modalidade, os juros variam de acordo com o tempo do financiamento e com relacionamento com a Caixa – correntistas do banco, por exemplo, entram na categoria ‘com relacionamento’ e pagam menos.
Por relacionamento, entende-se:
- Possuir uma conta corrente na instituição;
- Ter cartão de crédito da instituição;
- Ter movimentação na conta corrente e débitos automáticos cadastrados;
- Receber pelo banco (conta salário);
Claro que ter o CPF regularizado e o nome sem restrições também conta pontos.
Taxa para 10 anos | Taxa para 20 anos | taxa para 30 anos |
Cliente com relacionamento | 8% | 8,5% |
Cliente sem relacionamento | 9,75% | 9,75% |
Na modalidade de prestação fixa, a Caixa permitirá financiamento de até 80% do valor do imóvel – nos outros formatos, a instituição financia até 70% do total.
A falta de risco tem um preço
A Caixa afirma que o objetivo dessa opção de crédito é trazer mais segurança e previsibilidade ao cliente, que saberá, no momento da contratação, exatamente o valor que será pago ate final do período, que pode ser de até 30 anos. Em outras palavras, o risco inflacionário fica com a Caixa, e não mais com o comprador, mas é exatamente por isso que o juro fixado será maior – as menores taxas cobradas hoje nas outras duas modalidades começam em IPCA + 2,95% ao ano ou TR + 6,5% ao ano.
Vale lembrar que a TR está zerada desde 2018, mas pode ser alterada conforme os rumos da economia. Pouca gente sabe, mas ela pode sim, pode mudar.
Resumindo, a grande vantagem para o consumidor final é saber desde o primeiro dia até o final do contrato, quanto será pago de parcela mensal. A desvantagem são os juros mais altos, já que se estamos falando de um financiamento de longo prazo e o risco econômico dos próximos 8 governos é todo do banco.
Faça suas contas e tente analisar a sua capacidade de pagamento de um financiamento de longo prazo sem emoção. Eu sei que é um grande desafio. Mas uma parcela como companhia constante pelas próximas décadas pode acabar virando um pesadelo. Matematicamente sempre vai valer a pena poupar e investir por algum tempo para ganhar juros e financiar, após um bom montante de entrada, o menor valor possível, mas quando falamos de casa própria, o lado emocional acaba, muitas vezes, falando mais alto. Se precisar de ajuda personalizada para essa análise, conte comigo!
Um beijo e vejo você no próximo conteúdo sobre finanças pessoais. Até mais!