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Pequeno Guia do Cartão de Crédito!

Carol Stange por aqui hoje para te ajudar com ele: o vilão das Finanças Pessoais… !

Opa, será que é isso mesmo? “Vilão das Finanças Pessoais”? A resposta pode ser “Sim” e também, “não”.

Explico: quando bem usado, o cartão de crédito é capaz de ajudar muito na organização financeira, mas do contrário, essa ferramenta pode sim, causar grandes estragos. Não sei se você sabe, mas 7 em cada 10 brasileiros se endividam porque, em algum momento, perdem a noção de quanto já foi gasto e ainda, extrapolam nas compras contando com o limite como complemento de renda.

Alguns pontos como entender como funcionam os limites do crédito rotativo e parcelado, acompanhar o uso do limite semanalmente, pagar sempre o total da fatura e até mesmo, não emprestar o cartão de crédito para aquele grande amigo ou familiar são essenciais para que você não caia nesse tipo de cilada.

Para te ajudar nesse desafio, descompliquei a seguir alguns tópicos sobre o cartão de crédito. Vamos entender um pouco mais?

  1. Como funcionam as compras parceladas?

Você deseja comprar um bem de maior valor, como aquela Smart TV de última geração, mas não tem o valor para comprar esse item à vista? O cartão de crédito pode ajudar na hora da compra, já que essa ferramenta permite que você parcele o valor da compra (a cobrança ou não de juros no parcelamento é uma decisão tomada pelo vendedor).

  1. Entendendo sobre os limites

Em geral, existem duas possibilidades: o limite que considera o valor total das parcelas futuras e o limite que considera apenas o valor da parcela do mês vigente. Veja só:

 

2.1 Limite Rotativo: é aquele que considera o valor de todas as parcelas feitas e ainda não pagas.

Vamos imaginar que seu cartão de crédito tenha um limite de R$ 3.000,00 e você fez uma compra de R$ 500,00 em 10x de R$ 50,00. Nesse caso, considera-se que você tem disponível, a partir da compra efetuada, um limite rotativo de R$2.500,00.

 

Assim que você pagar a próxima fatura com a parcela dos R$ 50,00 seu limite vai voltando para os R$3.000,00, e segue assim até o limite total ser recuperado, lá na última parcela.

 

Limite total: R$3.000,00
Limite utilizado (valor total – 10xR$50,00): R$500,00
Limite rotativo disponível: R$2.500,00

 

2.2 Limite Parcelado: é aquele que considera somente o valor da parcela mensal.

Diferentemente do Limite Rotativo, o Limite Parcelado considera apenas o valor de uma parcela frente ao total disponível. Seguindo com o mesmo raciocínio anterior, se você tem um limite total de R$ 3.000,00 e faz a compra de R$ 500,00 em 10x de R$50,00, o seu novo limite é de R$ 2.950,00. Esse limite será considerado até a última parcela.

Uma curiosidade: o Banco Central concede autonomia aos bancos para que eles escolham o tipo de administração do limite que julgarem mais adequado. Se você tem dúvidas quanto ao tipo de limite do seu cartão, basta verificar as informações na fatura.

  1. O que acontece quando a fatura não é paga na sua totalidade?

Nesses casos, entra em ação o Crédito Rotativo, que é um tipo de crédito oferecido ao consumidor quando ele não faz o pagamento total da fatura do cartão até o vencimento. O exemplo mais conhecido é quando pagamos o valor mínimo da fatura, mas o rotativo acontece quando você paga qualquer quantia menor que o valor integral.

A diferença entre o valor total e o que foi efetivamente pago até o vencimento se transforma em um empréstimo, e, por causa disso, o titular do cartão passa a ter juros no restante que tem a pagar.

Se a fatura não for paga até o início do mês seguinte, a instituição financeira pode propor uma outra linha de crédito. Normalmente há o oferecimento do parcelamento da fatura com juros menores do que os do crédito rotativo (mas não se engane, os juros continuam sendo considerados muito altos)

  1. Sobre acompanhamento e controle do cartão de crédito

Entendido que o cartão de crédito não é sinônimo de dinheiro fácil e infinito (inclusive é uma dos tipos de crédito mais caros que existem), chegamos à etapa do acompanhamento do uso do limite.  Aqui deixo algumas sugestões que podem ser utilizadas dependendo do nível de controle financeiro que o dono do cartão já possui.

  • Acompanhamento diário: serve especialmente para àquelas pessoas que gastam sem perceber, seja por uma rotina de trabalho ou pessoal bem flexível, onde não há posto de trabalho fixo ou mesmo, muitas viagens no cronograma.
  • Acompanhamento semanal: ajuda bastante quando há uma certa previsibilidade de eventos: almoços e cafés com os colegas de trabalho durante a semana ou compromissos programados sempre para os mesmos dias e horário.
  • Acompanhamento quinzenal e/ou mensal: aqui encontramos pessoas que já passaram pelos controles mais frequentes e, além de terem criado consciência sobre seus gastos (valores e motivações que os levaram à comprar), já estabeleceram metas de uso do limite do cartão.

 

  1. Sim, sempre as metas!

 

Ter metas é extremamente produtivo quando falamos de finanças, e aqui, não tem como fugirmos delas. Estipular os valores máximos para gastar diariamente, semanalmente e quinzenalmente (ou mensalmente, quando já se tem o controle pleno da ferramenta), é o ideal. Se há uma dificuldade maior de controlar os gastos aos finais de semana, os limites e metas podem ser estipulados já na quinta ou sexta-feira. Se é ao contrário, é mais fácil perder o controle dos gastos durante a semana, é importante os números sejam estipulados no domingo à noite.

 

  1. E sobre emprestar o cartão?

Pois é, eu sei. Dizer não é difícil, ainda mais quando sabemos que podemos ajudar nossos queridos, mas peço que você acompanhe meu raciocínio: ao emprestar seu cartão para outra pessoa, o bem fica com ela, mas a obrigação de pagar é sua. Em uma eventual inadimplência desse amigo, é o seu limite, crédito e nome que estão seriamente comprometidos. Se dizer não é difícil, perder o amigo é ainda pior.

Se você se sente disposto a ajudar, que tal compartilhar conteúdo de qualidade com esse amigo querido e ainda, ajudá-lo ensinando o que já sabe sobre Finanças Pessoais?

 

  1. Check list dos cuidados com o cartão de crédito:
  • Planeje-se seus gastos com antecedência;
  • Acompanhe a fatura periodicamente;
  • Estabeleça metas de gastos para compras à vista ou parceladas;
  • Conheça as taxas de juros cobradas;
  • Cuidado com o volume de compras parceladas (várias compras pequenas podem dar um susto no final do mês);
  • Reduza a quantidade de cartões;
  • Considere outras formas de ajudar e evite emprestar o cartão de crédito;
  • Procure sempre pagar o valor integral da fatura para evitar a cobrança de juros;

O cartão de crédito é, no final das contas, uma ferramenta que facilita o controle financeiro, já que consolida, em um único documento, todos os seus gastos (já contando com o nome do estabelecimento e data). Além disso, há vantagens para os viajantes, como o acúmulo de milhas e as coberturas automáticas de seguros viagem. Para quem gosta de participar de clubes de pontuação e fidelidade, sempre há parcerias como pagamento de meia-entrada nos cinemas, descontos em clubes de leitura e pequenos mimos em restaurantes.

Cartão de crédito não é vilão, ok? E com os meios de pagamento se tornando cada vez mais digitais, saber usá-lo é fundamental.

Um beijo e até o próximo conteúdo educativo sobre finanças pessoais e investimentos. Até mais!

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