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“Guerra tecnológica” entre EUA e China deixa empresas brasileiras de tecnologia atentas ao mercado

Com grande entrada no Brasil, as empresas estrangeiras são responsáveis por fornecer ferramentas e regular o “ânimo” do segmento no país

Nos últimos meses, o mundo tem acompanhado uma chamada “Trade War” entre os Estados Unidos e a Huawei, empresa de tecnologia chinesa, líder mundial em equipamentos de telecomunicações. A empresa sofreu um boicote do governo norte-americano entrando na lista negra de empresas do estado sob a suspeita de atividades contrárias à segurança nacional. Em contrapartida, o governo chinês anunciou que criaria uma lista de empresas estrangeiras não confiáveis.

A expectativa do mercado é que encontros recentes entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente chinês, Xi Jinping, resultem em um acordo que acalme os ânimos, favorecendo ambas as partes, já que o boicote do governo americano afeta, também, empresas como a Apple, que utiliza diversos componentes chineses além da montagem de produtos no país. “Caso não seja possível um acordo entre os estados, Donald Trump prometeu aumentar as tarifas em 25% para produtos importados da China. O que afeta diretamente inúmeras empresas americanas e as relações internacionais de outros países, como o Brasil”, detalha Ricardo Zanlorenzi, CEO da Nexcore Tecnologia, empresa brasileira especializada em soluções de comunicação empresarial e Contact Center.

Em meio a tantos conflitos, a empresa Huawei não recuou nas negociações com os demais países e reitera que o veto não afetará o desenvolvimento da sua tecnologia 5g e que já fecharam 50 contratos comerciais pelo mundo. Diante deste cenário, no Brasil a empresa chinesa segue ganhando mercado e apresentando novidades tecnológicas. No último mês de junho, por exemplo, a empresa chinesa realizou uma demonstração de sua tecnologia 5g na Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis (SC). “Na contramão das punições que recebeu, a Huawei não parou e continuou em busca de território internacional, demonstrando muita força no mercado”, comenta Zanlorenzi.

Mesmo sem aparecer tanto no Brasil, já que não vende smartphones no país, um segmento em que é a segunda maior do mundo, a Huawei é fundamental para o mercado, pois fornece equipamentos para empresas como Vivo, Tim, Claro e Oi. Segundo a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), das mais de 86 mil estações rádio base (ERBs) em operação no Brasil, cerca de 70 mil foram fabricados pela Huawei, que atua há 20 anos em solo brasileiro. Ou seja, 81% das antenas de celular no Brasil têm a mão dos chineses.

Para o especialista, analisando todos os números do mercado, neste momento o Brasil precisa se manter neutro na “guerra tecnológica” entre Estados Unidos e China, pois o país depende muito financeiramente e das tecnologias desenvolvidas por empresas dos dois países. “O momento é de muita cautela para todos os envolvidos. As empresas chinesas, entre elas a Huawei, e norte-americanas exercem grande influência no mercado da tecnologia em todo o mundo, e no Brasil não é diferente. Por causa dessa dependência, seria uma grande loucura comprarmos uma briga com qualquer um dos lados”, completa Ricardo.

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