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Pausa: A Fonte de Vantagem Competitiva Que a Sua Empresa Ainda Não está Usando.

Muitas pessoas me perguntam sobre como ter um maior grau de equilíbrio entre as dimensões “planejamento” e “execução” quando estamos falando sobre colocar em prática as nossas intenções. Com certeza, uma questão válida – e que afeta diretamente o resultado de, basicamente, todas as as empresas.

Contudo, mesmo com tantos debates e literatura sobre planejamento e execução, vejo que uma determinada dinâmica continua a se repetir: a ausência de pausa para analisar o que está acontecendo (ênfase em pausa). O resultado prático dessa ausência é uma espécie de “fusão desorganizada” entre essas duas dimensões.

É relativamente fácil visualizar essa dinâmica dentro das empresas. Algo que costuma evidenciar todo esse mecanismo não produtivo, é a construção de uma cultura de reação e não de pró-atividade e/ou antecipação/prevenção. Os administradores estão sempre reagindo aos problemas todos os dias, basicamente, o dia todo.

A pressão que sofremos como gestores para apresentar resultados expressivos dentro de um pequeno espaço de tempo, pode ajudar a explicar todo esse cenário e a escolha de termos que estar em modo “agir”, “fazer”, “colocar em prática”, “inovar”…, mas a grande realidade é que sem uma cadência lógica que inclua a parte da análise, a empresa dificilmente conseguirá entregar algo de valor e todas essas intenções, verbos e palavras, muito provavelmente, serão transformadas em algo vazio e sem valor percebido pelo mercado.

Isso acontece, de forma mais mais simplista, pois valor é gerado quando ligamos os pontos, temos insights e conseguimos acrescentar esse novo conhecimento ao que estamos oferecendo para o nosso mercado. Raramente, conseguimos aprender, articular e implementar novos atributos em nossas ofertas sem que acolhamos uma abordagem onde pausar para pensar não seja compreendido como “perda de tempo” e, mais perigoso ainda, “…se pararmos o nosso concorrente vai vir com algo novo e nos quebrar…”.

Pode ter certeza, que em um ambiente onde não existe a pausa deliberada e estão todos reagindo o tempo todo, por mais que exista a preocupação com a concorrência, muito provavelmente, a maior dor de cabeça de todos é como sobreviver ao mês. O foco não está em derrubar a sua empresa e sim em como sustentar dele mais essa semana…

Em mundo onde produção e consumo estão cada vez mais sobrepostos, a ausência de espaço e tempo para conseguirmos compreender o que está acontecendo pode ser potencialmente perigoso para uma empresa que tenha intenções de permanecer competitiva no mercado, pois se você parte da premissa e concorda que quem não inova entregando valor está com os seus dias contados, então, optar por acrescentar em seus processos a pausa para a analisar é fundamental e uma vantagem competitiva.

 

Podemos pensar da seguinte forma:

Planejamento + execução em modo “copia e cola” = sem novo conhecimento = sem inovação

Planejamento  + execução + análise deliberada = novo conhecimento = potencial para inovação

Não basta responder rápido e/ou colocar mais atributos em sua oferta, os clientes estão interessados em ter a sua questão resolvida. Sendo assim, mesmo compreendendo que a velocidade em se posicionar é algo relevante; é ainda mais importante que através desse fluxo de aprendizado contínuo a empresa possa aprender, e com isso conseguir responder e corresponder as expectativas de seu mercado – solucionando efetivamente os problemas de seus clientes. Porém, nada disso é possível sem uma base de conhecimento que está sempre sendo alimentada e revista.

Entendo que é na prática que os erros, falhas e necessidades de melhorias de nossas iniciativas são evidenciadas e que conseguir atuar neles de maneira rápida é crucial. Contudo, se não há um procedimento formal e replicável de como absorver, interpretar e transformar essas dados/respostas em conhecimento útil para a empresa, adianta pouco toda essa velocidade em agir e disponibilidade para ouvir.

Nessa arena, ganha aquele que não só sabe ouvir, mas que entende como mudar diante do que ouviu.

Até a próxima!

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Gabriel Machado – Strategic advisor, escritor e fundador da DODAKHAM.

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