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A disputa pelo título de LinkedIn Influencer

Fique atento para não prejudicar a sua marca profissional

O desejo por uma posição de destaque nas redes socias chegou também no LinkedIn, e a disputa para se transformar em um influencer está cada vez mais acirrada. Mostrar resultados extraordinários, contar histórias, conquistar likes, visualizações e engajamento têm sido o objetivo de muitos profissionais também nessa plataforma.

Nada contra. Até porque produzir conteúdo de qualidade não é tarefa fácil e existem muitos profissionais sérios com esse propósito, compartilhando experiências e conhecimentos reais, que de fato ajudam outras pessoas em suas carreiras e trajetórias. O problema está nas estratégias e comportamentos daqueles que nitidamente veem esse reconhecimento como oportunidade de vida glamourosa e sinônimo de sucesso profissional. E não medem esforços, utilizando-se de alguns artifícios nada inteligentes.

Um deles é, a qualquer custo, chamar a atenção dos grandes influenciadores, principalmente com comentários sem fundamento, que demonstram total falta de conhecimento sobre determinado assunto. Além da criação de posts insignificantes, em que marcam esses grandes influenciadores apenas com o propósito de ter seu conteúdo compartilhado ou ser indicado como um perfil a ser seguido.

Outro erro muito comum tem sido utilizar-se de acontecimentos trágicos, apenas para conquistar curtidas e compartilhamentos, como no caso de Brumadinho. Várias pessoas utilizaram-se de fotos chocantes, das vítimas da tragédia, com textos completamente sem sentido ou copiados, apenas para conseguir engajamento. Se realmente quisessem mostrar sua indignação, no mínimo, teriam tomado o cuidado de não expor as vítimas de forma sensacionalista.

Tudo isso, sem falar nos conteúdos irrelevantes, o que muitos têm denominado como “facebookização do LinkedIn”, com posts, geralmente em vídeos, de acontecimentos que não possuem a menor relação com a vida profissional e ainda criam textos e frases totalmente vazios e sem argumentação sólida, na tentativa de dar algum sentido profissional ao conteúdo. Além das historinhas de superação e aprendizados, que são contadas como vivências profissionais e que mais se parecem com contos de fada do que experiências reais.

Tais condutas estão comprometendo não somente a marca profissional de algumas pessoas, mas a plataforma como um todo. Por isso, se você realmente quer uma notoriedade nas redes sociais, atente-se a dois detalhes muito importantes. O primeiro, sem sobra de dúvidas, é ter a consciência de que produzir conteúdo é um trabalho que exige conhecimento, estudo, planejamento e propósitos bem definidos. Sempre zelando pela sua marca profissional com posts autênticos, originais e verdadeiros.

O outro é entender de vez que as plataformas são conduzidas por algoritmos e seu post não vai alcançar muitos perfis e/ou seguidores. No Facebook, por exemplo, especialistas afirmam que atualmente o alcance orgânico é de menos de 1,5% de seus fãs. A lógica é muito simples: quem paga, aparece!

Mas, você deve estar se perguntando: “E os perfis que crescem rapidamente?”. Ao que tudo indica, se isso não aconteceu por um efeito viral, quando o conteúdo foi capaz de driblar os algoritmos e ganhar visibilidade, muito provavelmente o profissional já era reconhecido em outros meios, ou foi uma estratégia da própria plataforma, que permitiu tal visibilidade.

E por que fariam isso? Simples, para disseminar a ideia de que é possível ganhar destaque, transformando-se em um LinkedIn Influencer, o que estimula outras pessoas a produzir conteúdo, sistematicamente, na tentativa de chegar ao topo. Obviamente, isso gera uma movimentação na plataforma: quanto mais pessoas, mais conteúdo, mais oportunidade e geração de negócios para os seus investidores e criadores. Uma rede sem adeptos e sem conteúdo não gera lucro.

E não tem nada de errado nisso. Afinal, ninguém investe no desenvolvimento de uma plataforma digital apenas para que você fique postando seus resultados e se promovendo sem que isso gere nenhum retorno. São negócios, como outros quaisquer, e que precisam sobreviver.

Ou você acredita mesmo que o Mark Zuckerberg criou o Facebook apenas pelo prazer de ver você feliz, mostrando suas maravilhosas viagens, interagindo com seus amigos e encontrando familiares distantes? É claro que não! Por isso, tenha sempre os pés no chão quando o assunto é se promover profissionalmente nas redes sociais para não se prejudicar!

Rodrigo Mancini
Rodrigo Mancini é economista, Mestre e Doutor em geografia econômica, empreendedor e empresário.

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