Carol StangeColunistasSlider

O que é melhor para o seu dinheiro?

Carol Stange por aqui para te ajudar com as suas finanças e esse conteúdo é especial para quem tem dúvidas se é melhor aplicar em um CDB ou em um título do Tesouro Nacional.Ambos os investimentos são bem divulgados pelas instituições financeiras e classificados como renda fixa, mas as semelhanças param por aí.

Separei um pequeno guia para te ajudar com essa escolha. Peque um café, respire fundo e venha comigo que garanto que está simples de entender.

– O que são os títulos do Tesouro Nacional?

Os títulos públicos do Tesouro Nacional funcionam como um empréstimo que você faz ao governo, e em troca, você recebe uma taxa de juros como “pagamento”. O dinheiro captado é utilizado para financiar áreas como infraestrutura e educação. Os títulos do Tesouro podem ser pós fixados, prefixados ou híbridos:

Pós-fixados
O título público desta modalidade é o Tesouro Selic e um dos seus maiores atrativos é a liquidez diária. A rentabilidade deste título é exatamente o valor da taxa Selic e ele é considerado por muitos como a “nova poupança”, já que além da liquidez diária, permite que o dinheiro mantenha seu valor de compra perante a inflação.

Prefixados:
É quando combinamos a rentabilidade já na hora da aquisição do título. Por exemplo, se você comprar um título prefixado em 6,00% ao ano, é essa a rentabilidade que você terá se mantiver seu título até o vencimento. O que vale nesse caso é o que foi contratado na hora da compra do título.

O prefixado se divide em Tesouro Prefixado (LTN) e Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F). A diferença entre eles é simples: o Tesouro Prefixado paga os rendimentos no vencimento do título e o Prefixado com Juros Semestrais, paga os rendimentos semestralmente.

Híbridos
Se você busca um rendimento garantido acima da inflação ao longo dos anos, é o Tesouro IPCA+ que você comprará. O Tesouro IPCA+ é um titulo híbrido. Chamamos assim os títulos que têm sua rentabilidade composta de duas partes: uma prefixada e uma pós-fixada. No caso do Tesouro IPCA+, a rentabilidade prefixada é determinada no momento da aquisição do título e a pós fixada (IPCA), só terá sua remuneração definida no vencimento do título.

Uma das vantagens desse título é o potencial de valorização. Como as oscilações fazem parte desse tipo de papel, ele pode ser utilizado em estratégias de venda antecipada, trazendo lucros expressivos aos investidores.

Entre os títulos do tesouro IPCA+, também temos os que pagam juros no vencimento (NTN-B Principal) do titulo e os que pagam juros semestralmente (NTN-B).

– O que é CDB?

Conhecido de longa data do investidor brasileiro, basicamente, o CDB (Certificado de Depósito Bancário) funciona como um empréstimo para a instituição bancária e, em troca, você recebe uma taxa de rentabilidade. A captação serve para financiar as atividades do banco emissor, como projetos, crescimento e até pagamento de dívidas.

A rentabilidade desses títulos podem ser prefixadas, pós-fixadas ou híbrida, e seguem a mesma lógica dos títulos públicos. Os títulos mais populares são os pós fixados atrelados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário).

– Como comparar esses dois produtos?

Já entendemos que um CDB é um título privado, emitido por um banco e os títulos do Tesouro Nacional são títulos públicos, emitidos pelo Tesouro Nacional. A escolha entre aplicar em um CDB ou em um título do Tesouro vai depender de diversos fatores da sua vida financeira. O grande risco envolvido nessas operações de “empréstimo” é o de inadimplência, ou seja, de você não receber o dinheiro de volta.

Os CDBs contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até o limite de R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, por conjunto de depósitos e investimentos em cada instituição ou conglomerado financeiro, até o teto de R$ 1 milhão, a cada período de 4 anos. Já os títulos do Tesouro Nacional são considerados “risk free”, o que significa que são os papéis com menor risco do mercado. Ambos sofrem tributação do imposto de renda de acordo com a tabela regressiva do IR.

Um ponto de atenção é, na hora de analisar os produtos, não colocar todos os produtos no mesmo “balde”. As comparações devem ser equivalentes: CDB liquidez diária pós fixado versus Tesouro Selic; CDB pré fixado versus Tesouro Prefixado e CDB híbrido versus Tesouro IPCA+. Lembre inclusive de comparar a liquidez entre os produtos, ok?

– Qual é o melhor?

Para que uma boa escolha seja feita, é preciso que o investidor faça a si mesmo, algumas perguntas:

1. Qual é o meu perfil de investidor? Gosto de correr riscos ou prefiro ser conservador?
2. Quanto posso aportar inicialmente? O aporte mínimo do CDB varia muito de acordo com o emissor; já os títulos do Tesouro podem ser adquiridos com menos de R$50,00.
3. Qual será a periodicidade dos meus aportes? Farei um único aporte inicial ou tenho capacidade mensal de investir novos valores?
4. Qual a liquidez que preciso? Os CDBs permitem liquidez antecipada, mas podem ter carência. Os títulos do Tesouro podem ser vendidos a qualquer momento (apesar de nem sempre ser uma boa ideia).
5. Estou disposto a correr riscos para ganhar mais rentabilidade ou prefiro segurança?
6. Esse dinheiro será destinado para composição da minha reserva de emergência ou para longo prazo? Lembre que esse fator é determinante para que seja escolhido um investimento com a liquidez adequada para cada caso.
7. Quais os custos terei com cada um dos investimentos? Ambos os investimentos em discussão sofrem cobrança do IOF nos primeiros 29 dias de investimento e a tributação do IR é pela tabela regressiva. Apesar de não usual, alguns CDBs podem ter taxa de administração, portanto vale a pena ler as condições do produto com atenção. E por fim, os títulos do Tesouro têm a taxa de custódia, cobrada pela B3 equivalente a 0,25% ao ano – mesmo falando de valores pequenos, custos são custos e devem ser considerados.

Eu sei que são vários detalhes e investir pode parecer difícil no começo, mas lembre que o passo mais importante você já tomou: sair da poupança é o melhor negócio. Você tem meu reconhecimento e apoio. Agora é seguir em frente na sua jornada do investidor!

Um beijo e vejo você no próximo conteúdo educativo sobre finanças pessoais e investimentos. Até mais!

 

Relacionados

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Fechar
Fechar